Melanoma: pesquisa sobre câncer de pele em animais de estimação.

O que é o melanoma ?

O melanoma é um tipo de tumor maligno que se origina dos melanócitos, as células
que produzem melanina, o pigmento responsável pela cor da pele. Em medicina veterinária, os melanomas são comumente encontrados em cães mas, também
podem ocorrer em gatos.

Podemos encontrar o melanoma de diferentes formas, como o melanoma cutâneo, que geralmente é benigno em cães, especialmente quando localizado na pele, se apresenta como massas pigmentadas ou não pigmentadas.

O melanoma oral é altamente maligno e agressivo, esse tipo de melanoma localiza-se na gengiva, lábios, língua ou palato e é propenso a metástases para os linfonodos regionais e pulmões, como sintomas podemos notar mau hálito, sangramento oral e dificuldade para comer.

O melanoma digital é encontrado nos dedos dos pés e causa dor, claudicação e inchaço, é frequentemente maligno e pode levar à amputação do dedo afetado.

Há também o melanoma ocular que pode afetar a íris, conjuntiva e outras partes do olho podendo causar problemas de visão ou levar à remoção do olho, como sintoma pode-se notar mudança na cor do olho, irritação e inchaço.


Sendo assim podemos concluir que o melanoma é uma preocupação significativa em medicina veterinária devido à sua potencial agressividade e capacidade de metástase.


É de extrema importância lembrar que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são cruciais para melhorar o prognóstico dos animais afetados. A pesquisa contínua e os avanços em tratamentos, como a eletroquimioterapia, estão oferecendo novas esperanças e opções para os animais com melanoma.

Fatores genéticos relacionados ao melanoma.


Certos fatores genéticos podem aumentar a susceptibilidade ao desenvolvimento desses tumores como a predisposição racial, há algumas raças mais suscetíveis a desenvolverem esse tumor, por exemplo, os Schnauzers, Terriers Escoceses, Dobermans, Golden Retrievers e Labrador Retrievers têm uma incidência maior de melanoma cutâneo e oral. Podemos também citar raças de cães com pigmentação escura nas gengivas e na língua, como os Chow Chows e os Cães de Montanha dos Pirineus, que também são mais propensos a desenvolver melanomas orais.


Falando um pouco sobre os fatores genéticos específicos podemos dizer que estudos genéticos têm identificado várias mutações associadas ao melanoma canino, algumas dessas mutações envolvem genes responsáveis pela regulação do crescimento celular e da apoptose. Assim como em cães, mutações genéticas que afetam a regulação do ciclo celular podem estar envolvidas no desenvolvimento de
melanomas em gatos.

Em comparação com cães, há menos informações disponíveis sobre predisposição genética para melanoma em gatos. No entanto, algumas raças, como o Siamês, podem apresentar uma maior incidência de melanomas cutâneos e oculares.

A predisposição genética tem uma influência importante no surgimento de melanomas em animais de estimação. Embora a ciência ainda esteja explorando os mecanismos genéticos exatos, identificar raças e linhagens mais propensas a desenvolver esses tumores ajuda veterinários e pesquisadores a criar estratégias mais eficazes de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico de melanoma em cães e gatos envolve várias etapas para identificar e caracterizar a presença do tumor, bem como avaliar a extensão da doença.

O diagnóstico será feito com base no exame físico em conjunto com exames diagnósticos como, biópsia, citologia e exames de imagem, além disso os exames laboratoriais são de extrema importância.


O tratamento de melanoma em cães e gatos depende da localização, tamanho e estágio do tumor, bem como da saúde geral do animal como alternativas de tratamento podemos citar a cirurgia para remoção completa do tumor ou amputação de algum membro se necessário, não podemos deixar de lembrar da radioterapia, da quimioterapia, imunoterapia e eletroquimioterapia que vão exercer papel
fundamental a depender do caso.

Dito isso, concluímos que o diagnóstico e tratamento de melanomas em cães e gatos requer uma abordagem multidisciplinar para assegurar o melhor resultado possível. A detecção precoce e um tratamento abrangente são fundamentais para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos animais afetados.


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Referências

Withrow, S. J., Vail, D. M., & Page, R. L. (Eds.). (2012). Withrow and MacEwen’s
Small Animal Clinical Oncology (5th ed.). Saunders.


Morrison, W. B. (2013). Cancer in Dogs and Cats: Medical and Surgical
Management (2nd ed.). CRC Press.


Spugnini, E. P., & Porrello, A. (2003). Potentiation of chemotherapy in pets with
spontaneous tumors by application of electric pulses. Journal of Experimental &
Clinical Cancer Research, 22(4), 571-580.


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